A locomotiva “correu” o mundo

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

A locomotiva “correu” o mundo

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A rápida passagem da locomotiva Maria Fumaça pelos trilhos do Vale do Taquari por si só é pouco para consolidar a região como potencial turístico no país. E isso todos sabem. Mas a expectativa é grande, principalmente entre prefeitos e empresários que conheciam pouco da já quarentona Ferrovia do Trigo. Agora é preciso aproveitar o momento de euforia. Caso contrário, o gracioso passeio será só mais um fogo de palha na história do nosso turismo regional.
É preciso acreditar. O vídeo do trem cruzando túneis e viadutos entre vales e montanhas correu o Brasil e o mundo. Acreditem. A força de divulgação do WhatsApp e de outras redes sociais compensou a falta de agentes de comunicação de outras regiões dentro da locomotiva, já que o limite de passageiros impediu a realização do chamado famtour, ou fampress, limitando a divulgação do enorme potencial do passeio só aos jornalistas locais.
As imagens são de encher os olhos. Não à toa. No caminho da Maria Fumaça, estava nada mais do que o quarto mais alto viaduto férreo do mundo – o V13 perde apenas para gigantescas estruturas localizadas nas repúblicas da Índia, China e Montenegro. São 143 metros de altura e uma visão pra lá de privilegiada. Só isso seria suficiente para garantir dezenas de publicações em jornais, revistas e blogs do Brasil inteiro, caso tivéssemos, a bordo, jornalistas e blogueiros de fora.
Falhas acontecem. Mas o momento agora é de prestigiar as conquistas. E são muitas, claro.
Em janeiro já está prevista nova reunião entre líderes locais e representantes da empresa Rumo Logística, responsável por toda a malha ferroviária do estado e também Região Sul do país em geral. Um temerário “monopólio”, por sinal. Pois onde não há concorrência o desenvolvimento costuma demorar ainda mais. E o abandono da linha entre Colinas e Estrela é um sinal claro disso.
Mas isso é prosa para outro momento…
A intenção da Amturvales é dar seguimento ao empreendimento. Não poderia ser diferente. A princípio haverá novos passeios em agosto do próximo ano. Três ou quatro por mês. Talvez apenas aos fins de semana. Desta vez com cobrança de passagem. Afinal, o custo é alto. E isso é e sempre foi um dos principais entraves para o nosso trem turístico.
O assunto perdura faz anos. Em 2010, por exemplo, a região quase foi beneficiada com a doação de seis vagões. O presente do Dnit, entretanto, nunca chegou ao Vale.
À época, só a reforma desses vagões estava orçada em mais de R$ 2 milhões. Os equipamentos eram patrimônio da antiga Rede Ferroviária Federal, e foram repassados para a Ferrotur. Essa teria tudo para iniciar o tão sonhado trem turístico do Vale do Taquari. Mas o projeto nunca contou com a verdadeira participação de prefeitos e tampouco de setores da iniciativa privada da região. Não angariaram valor algum para a dita reforma. A proposta virou sucata. Era só fogo de palha.
Oito anos depois, e após diversas outras tentativas, me parece que a região nunca esteve tão próxima de concretizar esse grande salto do turismo regional. Mas novamente pode esbarrar na questão financeira. Viagens de trens são caras. E será preciso muita criatividade para monetizar o passeio que, de forma natural, já “correu” o mundo.


A volta por cima

Jonatan Brönstrup, o prefeito tucano de Teutônia, parece que definitivamente deu a volta por cima após a prisão do pai, Ricardo, em março deste ano. Anunciado previamente como futuro presidente da Amvat, o gestor demonstra articulação política e personalidade. Saiu do fundo do poço, quando quase foi cassado pela câmara local e conviveu com a desconfiança de parte dos próprios eleitores, para um dos postos de maior relevância regional. O jovem chefe do Executivo está de pé.


Coordenadoria de Educação

Também pode vir de Teutônia a nova coordenadora regional de Educação (CRE). Mareli Vogel (PP), ex-vereadora e ex-CC no governo de José Ivo Sartori (MDB), é uma das cotadas para assumir o cargo na gestão do novo governador, Eduardo Leite (PSDB). Ela deve disputar a vaga – ocupada hoje por Greicy Weschenfelder (MDB) – com Daiani Clesnei da Rosa, moradora de Lajeado e professora da Univates.


Tiro curto

– A eleição da nova diretoria do Sindicato dos Funcionários Públicos de Lajeado pode gerar sindicância interna. Representantes da Chapa 2 questionam o uso de e-mail institucional da Secretaria de Planejamento para o envio de propostas por parte de representante da Chapa 1;
– Ainda em Lajeado, vereadores demonstram surpresa com as semelhanças entre a proposta da nova Lei Orgânica e as legislações de Imigrante, Travesseiro e Santa Clara do Sul. Também demonstram surpresa com a tentativa de votar sem o aval das comissões;
– Em Arroio do Meio, Klaus Schnack (MDB) já é pré-candidato à reeleição em 2020. O adversário deve ser alguém bem conhecido e que vem voltando aos bailes e eventos comunitários. Muitos apostam nele: Danilo Bruxel (PP);
– Mulheres devem liderar o Legislativo em duas das seis principais cidades da região. Em Teutônia e Arroio do Meio, a eleição de Keetlen Link (PSD) e Adiles Meyer (MDB) está praticamente decidida;
– Em Travesseiro, o vereador Tiago Weizenmann (PP) é provável candidato a prefeito em 2020, e Jonas Morari (PTB) deve ser o vice. Há quem diga que ambos podem ter o apoio de Adriano Steffler, da bancada do PSB, sigla do atual prefeito, Neco. Aguardemos;
– É neste fim de semana, em Marques de Souza, a 5ª edição do RiverStock, maior festival de bandas de rock do Vale do Taquari. O evento ocorre no Camping Riacho Doce.

Boa quinta-feira a todos!

“Transportai um punhado de terra todos os dias e fareis uma montanha.”
Confúcio

 

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