Quando trabalhamos nas consultorias organizacionais, geralmente o cliente nos procura esperando que possamos estruturar e melhorar a performance dos “corpos” das suas empresas. Neste caso, nós buscamos identificar os processos que são executados para a produção de seus produtos ou serviços, assim como aqueles processos que não ocorrem e que, de certa forma, pela sua ausência, prejudicam a operação.
Mas o fato é que, no decorrer do trabalho, o que acabamos identificando é que o problema corporativo não está necessariamente na desorganização dos processos. Isso não passa de uma consequência. A maior desordem está presente nos modelos mentais limitantes, ancorados ainda em velhos costumes (velhos é diferente de tradicionais), desgastados, desatualizados em relação aos novos movimentos que o mercado dita. Sim, o mercado é quem manda e isso vai muito além da visão de mercado consumidor. Modelos mentais doentes são especialmente aqueles que, por exemplo, negam o fato de que “um” é um numero pequeno demais para que uma empresa alcance o sucesso… Precisamos desenvolver nossas mentes corporativas e isso só é possível quando os líderes estão dispostos a despirem-se de seus egos, orgulhos e certezas. Na era do compartilhamento, poderiam sim entregar-se à saudável missão de disseminar o que aprenderam com seus erros e acertos e disporem-se a aprender com a inexperiência de quem está chegando agora, com um novo olhar. Mas tudo isso, não da boca para fora, mas sim, da mente para o coração. E é agora que entra a alma da empresa.
Empresa saudável tem alma evoluída. Uma alma que valoriza os seres humanos como humanos capazes e falíveis. Que desenvolve e, sim, integra uma filosofia de saúde física, mental e corporal. Que compreende que saúde e segurança ocupacional são muito mais amplos do que evitar acidentes de trabalho. Que enxerga seus clientes, fornecedores, vizinhos e planeta como parte de seu subsistema e não apenas como cifrões ou números que integram o DRE. É uma reflexão profunda que podemos fazer para entender e ressignificar o que são empresas verdadeiramente saudáveis.
Enfim, percebe-se que o equilíbrio entre a tríade corpo, mente e alma é o que traz longevidade para pessoas e empresas. E neste caso, penso que viver uma longa vida é muito melhor se for com saúde.
