Um planeta para alimentar

Opinião

Thiago Maurique

Thiago Maurique

Jornalista

Coluna publicada no caderno Negócios em Pauta.

Um planeta para alimentar

Por

Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Realizada em Lajeado entre os dias 5 e 8 de agosto, a 3ª Jornada da Alimentação eleva a região enquanto referência na produção de alimentos. Técnicos e representantes de empresas de todo o país apontaram seus radares para o Vale e apostaram no evento para fazer negócios, estreitar relacionamentos e trocar conhecimento em um ambiente altamente qualificado.
Mais de 300 pessoas se inscreveram para os dois dias do evento, que este ano teve como novidade a publicação da revista Pensar Alimentos, produzida pelo Estúdio A Hora. O trabalho incentiva o desenvolvimento e auxilia na consolidação do Vale dos Alimentos, sonho antigo da região. É um documento que materializa a importância da Jornada Técnica e se propõe a servir de base para novas discussões e avanços sobre o tema.
O sucesso do evento evidencia, em primeiro lugar, o comprometimento e a competência do GTA, grupo de técnicos do setor que se propôs a elevar a régua de qualidade da indústria regional – com resultados inquestionáveis ao longo de mais de vinte anos. Além disso, também aponta caminhos para melhorar o posicionamento regional diante do mercado global.
Jornada Alimentação
Em um mundo de transformações, uma coisa é imutável: as pessoas precisam comer. Diante do aumento exponencial da população, o que fica da Jornada é a necessidade de encontrar formas sustentáveis de alimentar a humanidade.

70 anos de muita história

Uma das entrevistas mais interessantes do Negócios em Pauta foi com o presidente da Costaneira, Donald Johann. A empresa completa 70 anos de existência em agosto, um marco a ser comemorado em um país de economia instável e incontáveis crises.
Costaneira
Johann é um homem à frente de seu tempo. Entusiasta da tecnologia, ele ajudou na elaboração do primeiro sistema informatizado de gestão de estoque, em uma época onde os computadores eram máquinas mecânicas, comandadas por cartões perfurados. Um feito incrível.
A empresa também foi citada em diversas entrevistas com empresários ao longo dos três anos de caderno. Para muitos, a Costaneira foi uma escola de vendas e empreendedorismo, servindo como inspiração para iniciar o próprio negócio. Não é atoa que chegou onde está. Parabéns ao Donald e a todos os que fizeram e ainda fazem parte dessa história.
Negocios em Pauta_022
 

Fronteiras  da logística

Marcado para o dia 28, o Workshop Negócios em Pauta de agosto aborda um dos temas mais relevantes para o avanço do setor privado regional. Com o tema “experiências de entrega”, o painel debaterá as tendências de um mercado consumidor cada vez mais exigente quanto aos prazos, e interessado em receber, no conforto do lar, mais do que apenas os produtos e serviços contratados.
De nada adianta criar um produto diferenciado e com grande apelo comercial se não houver uma estrutura capaz de levá-lo até o cliente. O advento do e-commerce aproximou as empresas de seus consumidores, mas acirrou a concorrência e evidenciou as dificuldades de mobilidade em um país continental, rodoviário e com infraestrutura deficitária.
Estudo da Manhattans Associates, empresa especializada em experiência do usuário, mostra que o e-commerce brasileiro perde R$ 11,8 bilhões ao ano por problemas com transporte e logística. Conforme a pesquisa, 74% dos consumidores já abandonaram a compra devido ao preço do frete. Outros 63% desistiram por causa do tempo previsto para a entrega da mercadoria.
Em maio desse ano, o mega portal de vendas chinês AliExpress anunciou um novo sistema de entrega, que reduzirá para um mês o tempo de espera para compras brasileiras. Considerando que nossos conterrâneos já compravam da China com prazos de até quatro meses para receber, a medida ascendeu o sinal de alerta na indústria nacional. É impossível competir com os preços praticados pelos chineses.
Outros lugares do mundo experimentam sistemas automatizados que empregam velocidade inédita na entrega de produtos. No Vale do Silício, robôs, drones e veículos autoguiados já são uma realidade, mas ainda estão longe de se tornarem viáveis em ambientes menos controlados, como no trânsito caótico das grandes cidades ou no espaço aéreo cada vez mais disputado.
Não existem respostas prontas para questões complexas, e não adianta simplesmente aplicar um método e esperar que ele funcione. É preciso criar sistemas de acordo com a realidade de cada empresa e dos anseios de seus consumidores. A relevância do debate é enorme.
Boa leitura!
 
 
 

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