Taxa de natalidade reduz e mortalidade aumenta no Vale

EM 20 ANOS

Taxa de natalidade reduz e mortalidade aumenta no Vale

Região segue tendência do estado em 20 anos. De 2017 a 2018, porém, número de nascimentos aumentou no Vale. Dados foram fornecidos pelo Departamento de Economia e Estatística

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Taxa de natalidade reduz e mortalidade aumenta no Vale

O pequeno Pedro veio ao mundo na noite do último dia 12, no Hospital Bruno Born, em Lajeado. É o primeiro filho do casal Igor Daniel e Taís Alexandra Buchli, que estão juntos há um ano e meio. “Decidimos ter no final do ano passado”, comenta Igor, emocionado com a chegada do bebê.
Pedro é um entre os milhares de bebês que nascem anualmente no Rio Grande do Sul. Só no ano passado, foram 140 mil. Só que essa taxa está diminuindo no estado. Na comparação com 2017, a variação é de -1,24%, ocasião em que nasceram 141,6 mil pessoas. Por outro lado, a taxa de mortalidade cresceu 0,78%, passando de 86,2 mil para 88,4 mil óbitos.
Os dados, fornecidos pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE, antiga FEE), mostram que o Vale do Taquari está na contramão quando o assunto é taxa de natalidade. Ainda que em proporções menores quando comparado com outros períodos, houve crescimento
No ano passado, foram registrados 4.391 nascimentos. O aumento em relação a 2017 foi de 0,84%, quando nasceram 4.354 pessoas, somando a população dos 38 municípios da região.

14_AHORAEfeito migratório

Para o doutor em economia Pedro Tonon Zuanazzi, chefe da DEE, o Vale está na contramão do estado devido ao efeito migratório, pois recebe, anualmente, um grande número de pessoas oriundas de outras regiões gaúchas.
“É uma hipótese, pois quem migra para a região é, principalmente, a população jovem, de 20 a 39 anos, por motivos de trabalho ou estudo. Geralmente ele já tem filhos pequenos ou está prestes a ter, nos próximos cinco ou 10 anos”, avalia. Zuanazzi destaca que cidades como Lajeado e Teutônia recebem migrantes inclusive de outros municípios do Vale.
No entanto, quando a comparação é mais distante, nota-se que a taxa de natalidade diminuiu nos últimos 20 anos. Em 1998, nasceram 4.516 bebês, uma variação negativa de -2,76% até 2018.

Óbitos crescem, população envelhece

Se o aumento na taxa de natalidade no Vale do Taquari é atribuído ao forte movimento migratório, o total de óbitos também está numa crescente. Entre 2017 e 2018, o crescimento foi de 2,55%.
Tal aumento se deve, principalmente, ao fato de que a população da região está envelhecendo. Segundo Zuanazzi, o levantamento da DEE aponta que, entre 2010 e 2018, o crescimento da população acima de 65 anos foi 40,17%. Fica atrás somente das regiões Metropolitana, Serra Gaúcha e Litoral Norte.
No Vale do Taquari, por sinal, encontra-se um dos municípios mais “envelhecidos”. Cerca de 40% da população de Coqueiro Baixo é formada por pessoas idosas. Relvado, com 31%, também se destaca. “Nas cidades pequenas, os jovens acabam saindo para morar nesses grandes centros, enquanto os idosos continuam”, justifica Zuanazzi.
 

MATEUS SOUZA – [email protected]

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