A natural resistência à mudança

Opinião

Raquel Winter

Raquel Winter

Professora e consultora executiva

A natural resistência à mudança

Por

Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

De tanto falarmos sobre a necessidade das empresas mudarem, inovarem e evoluírem, o tema já desgastou. Mas a verdade é que não somos naturalmente disruptivos. Ao contrário disso, só aceitamos as mudanças que cabem em nosso Mindset e que de alguma forma se encaixam em nossos valores. Citarei alguns exemplos que demonstram claramente essa nossa resistência.
No século XIX, boa parte da sociedade ficou estarrecida com uma inovação que mudaria a vida das pessoas para sempre. Essa novidade foi duramente criticada porque estimularia a vida noturna, era considerada uma tecnologia contra a natureza e principalmente porque ameaçaria as tradicionais famílias da época. Estamos falando da energia elétrica. A possibilidade de poder circular e estender a vida com novos hábitos quando o sol já havia se posto pareceu demais para a cabeça de muitos que viveram naquela época.
Hoje mal saberíamos como viver sem os recursos condicionados pela energia. Mas não é necessário voltarmos tanto no tempo. Outra disruptura que mudou o Mindset foi a pílula anticoncepcional. As mulheres passaram a definir sobre a maternidade e o eco dessa decisão tem calda longa. Perceba que essa situação ainda é recente, encontrando quem seja a favor e quem seja contra. O que as pessoas pensarão sobre os métodos anticonceptivos no século XXII? Não temos como precisar. Mas é assim mesmo. O processo de mudar os modelos mentais é vagaroso e é justamente essa necessidade de acelerar a adaptação que tem colocado as empresas (e pessoas que nela atuam) em cheque. Abrir a guarda e compreender (não necessariamente aceitar de bom grado) as mudanças e tendências devem fazer parte continuada da gestão corporativa e isso acontece com e pelas pessoas.
A compreensão deve ser estimulada para toda a força de trabalho e requer momentos organizados para debate, análise e conclusão. Não faremos inovação em nossos processos e produtos se não tivermos modelos mentais (pessoas) preparados para olhar e enxergar aquilo que está fora do alcance do olhar comum. E é esse o tema que deve permear por todas as matrizes de desenvolvimento  de competências: a capacidade de se adaptar às mudanças e a compreensão de que a não adaptação não a impede de acontecer. Parece simples, mas acredite, não é e requer constância. Constância, outra palavra que desafia uma nova coluna.

Raquel escreve sempre no quarto fim de semana do mês. Fale com ela: [email protected] ou whatsApp 99844 2774.

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