A onda da reciprocidade  está em alta!

Opinião

Jonas Ruckert

Jonas Ruckert

Diretor do Colégio Teutônia

Assuntos e temas do cotidiano

A onda da reciprocidade está em alta!

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Atualizado segunda-feira,
11 de Novembro de 2019 às 16:01

Há alguns dias fazendo uso do serviço de UBER fui surpreendido com o comentário da motorista que, em meio àquelas “prosas” sobre tempo, calor, gastronomia e comportamento social, compartilhou que os passageiros deste serviço também são avaliados pelos motoristas do aplicativo. Não sabia disso! Possivelmente ingenuidade da minha parte ou, ainda, soberba social instituída que nos faz pensar que somos apenas sujeitos com direitos.
Como humanos nossa compreensão social e toda completude existencial se dá nas relações coletivas. E, neste sentido, parece haver uma desordem motivada pelas circunstâncias desse mundo agitado.
Afirmo, no entanto, que a reciprocidade está em alta! Gostemos ou não, há uma onda motivada por instituições inovadoras, embora muitas delas cinquentenárias e plataformas de serviços, mediadas pelas tecnologias dos aplicativos, que protagonizam essa relação, agora virtualizada. Confesso que gosto! Bernardo Toro, filósofo e educador colombiano me chamou atenção pela sua linha de pensamento; compartilho duas falas suas: “precisamos resgatar a premissa do ganha/ganha” e “precisamos de cidadãos do mundo. Formar estudantes com consciência democrática e internacional é a única maneira de garantir a construção de um mundo de justiça e paz”.
A questão é: precisa ser bom para todos! Isso me remete à infância quando nossos vizinhos na colheita do feijão, no tempo do milho verde, no dia em que um terneiro ou um suíno era carneado, nos procuravam ao final da tarde para oferecer aquilo que era resultado da sua dedicação. Entendi, muitos anos depois, a dimensão da partilha nesse ato de cooperar, de fazer juntos, de fazer pelos outros… Minha mãe, meus avós acolhiam a oferta e “a bacia”, comumente de plástico de cores marcantes azul, vermelha ou, ainda verde, que não retornava vazia. Era a grata possibilidade de devolver com algumas bolachas de melado, doces de manteiga ou bolachas pintadas. Coisa de colono? Não. De SER humano! Pura reciprocidade! E tudo isso vinha acompanhado de sorrisos fartos e gratuitos! Terapia pura!
A onda da reciprocidade que percebo, mesmo que oculta, é a de valorizar os relacionamentos presentes para construir as possibilidades constantes e duradouras. A sociedade não aceita mais “o não dá nada”. Vivenciei a força da reciprocidade em situação e circunstância em tempo bem presente e fez toda diferença.
Nosso compromisso está aí! Sair do marasmo, do “não quero me incomodar”, do “isso não é comigo” e levar essa dimensão à frente. É tempo de valorizar e prospectar boas e duradouras relações. As bolas de Natal, a luzes coloridas que já vejo por aí precisam significar mais do que enfeites. O tempo está propício para atitudes. É o que penso. É minha opinião.

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