Onde estão os profissionais do futuro?

Negócios em pauta

Onde estão os profissionais do futuro?

Palestra mostra importância do desenvolvimento conjunto entre poder público e privado para alavancar comunidades

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Onde estão os profissionais do futuro?

Debater o futuro das profissões é uma temática cada vez mais presente nas empresas e cidades que buscam por inovação. Esse foi o tema do último workshop do Negócios em Pauta 2019, realizado na sede da Acil, no dia 18 de dezembro. O painel teve a participação de quatro palestrantes e levantou um questionamento: onde estão os profissionais para as carreiras do futuro?

Mediado pelo diretor executivo do Grupo A Hora, Adair Weiss, a atividade teve a participação do diretor da Solis, Armando Taffarel Neto; da coordenadora administrativa do Tecnovates, Cíntia Agostini; da coordenadora de desenvolvimento humano da Interact, Gabriele Huppes; e do secretário municipal de desenvolvimento econômico, turismo e agricultura, André Bucker.

O workshop mostrou que o contexto das futuras profissões é amplo e precisa ser acompanhado por todos os agentes transformadores. Além disso, apontou Lajeado como cidade modelo para o desenvolvimento do Vale do Taquari. Apoiado na quádrupla hélice, que envolve academia, poder público, iniciativas privadas e comunidade, o município se desenvolve e projeta estratégias para capacitar as empresas e comunidade ao novo cenário do mercado.

“Lajeado vive um movimento ascendente porque o poder público acredita no potencial dessa região e consegue formar parcerias com o privado”, afirma Bucker. De acordo com o secretário, ainda que o município tenha limitações de espaço físico para o seu crescimento, as estratégias desenvolvidas, por meio de projetos sociais, têm gerado alternativas sustentáveis e que alavancam a cidade. “Nossas grandes apostas estão no Pro_Move Lajeado e no Pacto pela Paz”.

Com o objetivo de ampliar a qualidade de vida e o conhecimento dos cidadãos, o Pro_Move Lajeado conecta entidades e comunidade para apresentar soluções de melhoria por meio da inovação e tecnologia. Já o Pacto pela Paz objetiva proporcionar transformações pessoais e profissionais às crianças, jovens e adolescentes. “É investindo nas escolas, com programas de empreendedorismo nas séries iniciais, que vamos preparar nossos jovens para as oportunidades futuras”, explica o secretário.

Para a coordenadora administrativa do Tecnovates, outro ponto importante para o desenvolvimento das cidades e novos profissionais é a construção de um caminho menos distante entre a academia e o setor privado. “As instituições de ensino superior perderam, em média, 35% dos seus alunos. Isso tem a ver com a crise econômica, de financiamento e no desacreditar na importância de uma boa formação”, destaca Cíntia.

Segundo ela, as instituições precisam se adaptar ao novo modelo de mercado, que não exige mais que o profissional permaneça a vida inteira dentro da mesma empresa. “Nas últimas décadas, temos falado muito mais em flexibilidade. É preciso aliar a formação com a prática. O Tecnovates e a Univates têm um papel importante nesse aspecto”, ressalta.

essa 2Como as empresas acompanham as mudanças?

A velocidade com que as exigências do mercado de trabalho mudam, são sentidas não somente na academia, mas também em pequenas e grandes empresas. Com 17 anos de atuação no ramo de tecnologia para soluções em gestão, a Solis utiliza o fator flexibilidade para se ajustar às mudanças e manter funcionários.

O cenário de cinco anos atrás, segundo Taffarel, mostrava uma equipe com estudantes veteranos da faculdade, que cursavam graduação ou técnico. “Hoje, recrutamos profissionais de 18 anos, que não necessariamente possuem uma graduação, mas se qualificam por meio de cursos externos, na internet”, relata.

Outra diferença no desenvolvimento da Solis está na flexibilização do ambiente e horário de trabalho. O diretor explica que a liberdade da equipe deve sempre conciliar com a agenda dos clientes, que nem sempre seguem o mesmo perfil de trabalho. “Através de uma pesquisa descobrimos que o salário não é a principal fonte de retenção de pessoas. É uma fonte de busca, mas não de continuidade. O cenário muda tudo”.

Exemplo de metodologia

A unidade de pesquisa, inovação e internacionalização da Interact, a Interact Bridges, encontrou no Tecnovates uma oportunidade de conectar a empresa com a academia, na criação de soluções para gestão pública e empresarial. “Por estarmos no meio acadêmico, existe mais interação com professores e bolsistas, bem como há mais possibilidades de participarmos de eventos e discussões de modo mais ativo”, explica Gabriele.

Com base na metodologia de ensino e jornada, a formação da equipe da Interact oportuniza o compartilhamento de conhecimento de modo prático. “Os profissionais com mais experiência ensinam os novos colaboradores. Eles são responsáveis pela disseminação do saber” esclarece a coordenadora.

Para ela, hoje é muito difícil encontrar uma pessoa capaz de executar todas as etapas com maestria. Capacitar os profissionais dentro da própria equipe por fases, valoriza o potencial de cada um e auxilia a descobrir o perfil das pessoas.

“Eu diria que a base do nosso trabalho como um todo é a identificação do perfil. Desde o processo seletivo se trabalha isso”, afirma Gabriele. Mas é no acompanhamento intensivo dos meses de experiência, que é possível identificar as preferências do profissional e suas competências. “Muitas vezes o profissional entra na empresa atuando em uma área, mas depois se desenvolve em outra”.

Ao oportunizar uma vivência mais completa entre academia e empresas, Cíntia acredita que uma nova visão é proposta aos jovens. “Precisamos fazer com que a nova geração entenda que empreender não significa necessariamente abrir o próprio negócio, mas sim avançar e inovar dentro de uma empresa já consolidada. As novas profissões vão vir para adaptar alguns processos”.

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