O que nos espera em 2020

Opinião

Adair Weiss

Adair Weiss

Diretor Executivo do Grupo A Hora

Coluna com visão empreendedora, de posicionamento e questionadora sobre as esferas públicas e privadas.

O que nos espera em 2020

Por

Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

As previsões podem ser as mais esdrúxulas. Aliás, nesta época do ano não faltam previsões óbvias de “videntes” e “mães de santo”. Inter e Grêmio não lograrão títulos, o Brasil terá um ano difícil e alguns se arriscam em dizer que morrerão pelo menos três ou quatro celebridades notáveis. E tem muita gente que leva isso a sério. Enfim, cada um acredita no que lhe faz bem!
Brincadeiras à parte, na economia é possível fazer uma análise mais próxima da realidade, principalmente, quando levado em conta o desempenho de 2019 e o comportamento de setores diversos da iniciativa privada.
A política está mais incerta do que nunca, embora sabemos o que esperar do Governo Bolsonaro. Ele deve avançar nas agendas reformistas econômicas, mas também sobre os dogmas.
Fator positivo é a retomada de confiança do empresariado na economia, o que tende a melhorar a taxa de desemprego mais um pouco. Os economistas também são quase unânimes em prever crescimento acima de 2% no Brasil, enquanto no RS o índice é projetado levemente abaixo.
Com a economia retomando fôlego, o emprego ressurgindo e os empreendedores animados, o país tende a ter um 2020 bem melhor do que 2019.
Quando nos voltamos ao estado gaúcho, os desafios são gigantes. Na Assembleia Legislativa tramitam propostas importantes que urgem de aprovação. Ano eleitoral não é o melhor cenário para isso, ainda mais com deputados preocupados com a própria eleições logo adiante.
Apesar da celeuma política, o Rio Grande do Sul começa o novo ano melhor do que no passado, muito por conta de algumas reformas já aprovadas.

O perigo nos ronda

Um enorme desafio paira sobre as pequenas cidades, especialmente, para encontrar seu equilíbrio nos gastos com funcionalismo. As emancipações trouxeram avanços indiscutíveis, mas junto vieram os empreguismos, os desvios e o apadrinhamento político. Nas câmaras avança a sede pelo aumento das remunerações, diárias e por aí vai. Nos executivos, os cargos de confiança já não são o maior problema. O desafio está no crescimento vertiginoso dos concursados, com obrigações cada vez mais pesadas aos municípios.
Ainda existe um grande contingente de prefeitos sem o devido preparo como gestor. A política ainda fala muito alto nas decisões, mesmo em circunstâncias desfavoráveis. Na hora “h”, a razão perde espaço para a acomodação política.
Esta falta de maturidade e de responsabilidade tendem a encurralar os municípios de tal maneira que sobrará pouco para investir nos próximos anos. Me atrevo afirmar que em menos de uma década, haverá prefeituras inviáveis e, talvez, em cenário muito próximo ao de nosso estado.
Como evitar esta desgraceira. Eis o desafio que se impõe aos atuais prefeitos e futuros eleitos.
Portanto, a plataforma dos candidatos ao executivo e legislativo em 2020 deve conter boa dose de juízo e serenidade. Os planos milagrosos e as irresponsáveis promessas de campanha precisam ser combatidas, sob pena de inviabilizar grande parte de nossos municípios, cujas emancipações nos trouxeram bons avanços até agora.
Mas, hoje é véspera de Ano Novo, e quero encerrar minha coluna com otimismo e fé na evolução das coisas. Aliás, o escritor Luís Fernando Veríssimo tem uma frase muito boa: “Os tristes acham que o vento geme; Os alegres acham que ele canta”.
Então, neste clima de renovação me permito ouvir o som agradável da melodia da vida e da esperança. Afinal, o mundo tem as cores e os sons que nós queremos enxergar e ouvir.
Que venha 2020, quero decifrá-lo e vivê-lo, intensamente!


“Para ganhar um ano novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre.”
Carlos Drummond de Andrade


“O Mercosul estava parado há oito anos, andou; a União Europeia estava parada há 20 anos, andou; a própria [reforma] previdenciária andou; quebramos o monopólio de distribuição e exploração de gás, e isso vai derrubar [o preço da] energia, e nós vamos industrializar o país em cima de energia barata.
Virá uma onda de investimentos em saneamento”.
Frases do Ministro Paulo Guedes em 2019

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