Austeridade ou demagogia?

Editorial

Austeridade ou demagogia?

É no mínimo curiosa a iniciativa em Taquari de reunir assinaturas para pedir a redução do salário dos vereadores. Se o movimento tem somente fins eleitoreiros, o futuro revelará. De uma forma ou de outra, o debate está posto. A…

É no mínimo curiosa a iniciativa em Taquari de reunir assinaturas para pedir a redução do salário dos vereadores. Se o movimento tem somente fins eleitoreiros, o futuro revelará. De uma forma ou de outra, o debate está posto.
A petição surge após uma polêmica no Legislativo municipal, depois que um parlamentar propôs a redução.
poiadores do proponente se organizaram e buscam respaldo popular para a diminuição. Enquanto isso, opositores críticos à proposta consideram um ato demagógico com vistas às eleições.
Como já abordado em reportagens do A Hora, as câmaras de vereadores custam cerca de R$ 15 milhões por ano aos cofres públicos na região. Em nível nacional, cada um dos 513 deputados brasileiros e dos 81 senadores custa mais de R$ 27,7 milhões por ano. Ao todo, são mais de R$ 16,4 bilhões anuais.
Importante reiterar: no sistema político tripartite tal como o brasileiro, o trabalho do Poder Legislativo é essencial. Fiscalizar o Executivo, sugerir projetos de leis, aprimorar propostas do governo e, sobretudo, representar os diversos segmentos da sociedade nas discussões sobre os temas mais importantes para a nação estão entre as atribuições.
Países desenvolvidos da Europa remuneram seus legisladores com valores nada acima da média das profissões mais comuns. Salários enxutos e benefícios justos fazem com que os postulantes aos cargos públicos sejam muito mais motivados pela possibilidade de contribuir com o desenvolvimento social do que para beneficiar-se financeiramente.
No entanto, no Brasil, seguir carreira na política vira uma possibilidade atrativa para ganhar dinheiro. Diante da crise, os escândalos de corrupção e o afastamento entre os interesses do povo e de seus representantes, são crescentes as críticas em relação ao preço que se paga para manter a classe política. Cada vez mais, eficiência e austeridade devem ser as diretrizes centrais no setor público.

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