“O alimento orgânico tem que ser preparado com muita atenção e carinho”

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“O alimento orgânico tem que ser preparado com muita atenção e carinho”

Perto de completar três anos, a Feira Orgânica da Univates conta com a participação de produtores de diversos municípios da região. Entre eles, está Márcia Inês Hickmann Burghardt, 45, moradora de Linha Nova, interior de Cruzeiro do Sul. Ela aderiu aos orgânicos em função de problemas de saúde na família e, desde então, se sente realizada com a produção, livre de agrotóxicos e totalmente saudável.

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“O alimento orgânico tem que ser preparado com muita atenção e carinho”
Vale do Taquari

• Quando você começou a apostar na produção orgânica em sua propriedade?

Comecei em 2011. Minha família plantava fumo desde que eu era criança, mas sempre tive a ideia de deixar o veneno. Paramos porque o meu marido teve problemas graves de saúde. A porcentagem de sobreviver era pouca. Com a graça de Deus, ele está bem, utilizando cadeira de rodas. Então, o pessoal da Emater nos visitaram e ofereceram essa possibilidade. Me deram ideias de plantar um monte de coisa. Quando falaram em morango e tempero verde, aí que me interessei.

• Hoje, sua produção é bem variada. Quais os orgânicos que você cultiva?

Temos pepino, tomate, brócolis, couve flor, beterraba, rúcula, quiabo, repolho… Tem de tudo! Morango está em falta atualmente. Mas é o que é cultivado sempre em maior quantidade, junto com o tomate. É uma variedade bem grande e utilizamos dois hectares da propriedade. É tudo orgânico, sem nenhum produto químico. Meu filho Anderson me ajuda. Ele é minha mão direita.

• Qual o segredo para ter um bom alimento orgânico?

Ele tem que ser preparado com muita atenção e carinho, ter o cuidado que se dá a uma pessoa. Nós aplicamos homeopatia nas plantinhas, sempre com aquela intuição de que vai dar certo e que vai ficar bom. Para nós, é satisfatório trabalhar com alimentos orgânicos.

• As feiras regionais deram maior visibilidade ao seu trabalho?

Sem dúvidas. Antes, fazia as vendas de porta em porta e era mais difícil no início. Aí surgiu a OCS Orgânicos do Vale. Fui convidada, entrei no grupo, nos certificamos e logo depois iniciaram as feirinhas na Univates. Estou lá desde o início e também participo da feira orgânica na Praça do Papai Noel. Também faço feiras todo sábado, em Porto Alegre. A receptividade está muito boa. Em Cruzeiro do Sul, as pessoas ainda não têm o costume de consumir orgânicos. Mas, aos poucos, vamos conquistando mais público.

• A população está despertando para a importância de consumir alimentos orgânicos?

Acredito que sim. Muita gente está pensando mais na própria saúde, em colocar alimentos mais saudáveis na mesa. Ouvimos muito isso nas feiras, de clientes relatando que estão criando novos hábitos, algumas até deixando de consumir carne. Em Porto Alegre, essa consciência é muito grande e as pessoas não se preocupam em pagar um valor um pouco maior em um orgânico, para ter mais qualidade na alimentação.

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