“Minha inspiração é a curiosidade”

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“Minha inspiração é a curiosidade”

João Célio Bourscheidt, 65, mora em Conventos desde 1981. Natural de Nova Santa Cruz, quando ainda pertencia a Lajeado (hoje é de Santa Clara), ele deseja publicar um livro. Já tem mais de 130 páginas escritas. São contos, pensamentos, memórias e crônicas. Marido de Marci, pai de Henrique e Diego, o técnico agrícola também divide o tempo com invenções para aplicar na horta de casa.

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“Minha inspiração é a curiosidade”
Lajeado

• Como surgiu a ideia de escrever um livro?

Por natureza sempre fui muito agitado. Tinha de me envolver nas coisas, conhecer, descobrir, aprender. Até que, em abril de 2013 sofri um acidente. Eu estava de moto, parado na rua, e fui atingido por um carro. Fui arremessado uns 30 metros longe. Bati com tudo em uma parede. Quebrei joelho, bacia, mão. Foram 48 fraturas. Tive de parar de trabalhar. Para não decepcionar minha família, precisava me ocupar. Não podia ficar parado pensando bobagem. Jamais fui acomodado. Então pedi um computador para os meus filhos e comecei a escrever.

• Sobre o que escreve?

São diversos textos de tudo que eu já vivi. São os mais de 40 anos de trabalho, histórias da minha infância, que foi totalmente diferente. A criançada hoje tem tudo pronto. Na minha época, nós montávamos, criávamos os próprios brinquedos. Mas o meu problema era o seguinte: eu estava parado na cama. Não podia me mexer, não podia fazer esforço e não queria ficar parado.

• De onde vem a inspiração?

Sempre fui muito curioso. Eu sempre fui de juntar histórias, seja as que li, que vi ou as que me contaram. Pegando tudo isso, transformo elas em narrativas. Tenho contos voltados ao romance, crônicas, memórias. São 137 páginas fragmentadas em diversas histórias. Quando estou inspirado, pego o computador, não interessa a hora, e escrevo.

• Mas de fato, o que lhe inspira?

Acontece em qualquer momento. Por vezes estou cuidado da horta. Vejo um pimentão diferente dos outros. Daí quero entender por que ele ficou daquele jeito. Na verdade, minha inspiração é a curiosidade. Não sei explicar, são ideias que surgem do acaso.

• O que pretende com o livro?

Tenho mais alguns rascunhos para tornar em histórias. Quero escrever mais umas 20 páginas. As que estão prontas, já revisei e agora meu filho (Henrique) tá ajudando a organizar. Vai ser o editor. Após colocar tudo em ordem, vamos procurar um parceiro para publicar.

• O senhor se mostra muito ativo e curioso. Inclusive me mostrou algumas invenções. Como aquela ali (foto). Caixas que captam a água da chuva e a purificam para torná-la potável. Como criou esse sistema?

Por gostar de pesquisar e trabalhar com a terra, procurava resolver problemas. Aqui em casa, muitas vezes sofríamos com falta de água, ou com pouca pressão. Um dia estava chovendo e vi que muita água estava indo fora. Caia das calhas e ia para o ralo. Então, peguei canos, filtros e duas caixas. A chuva passa por filtros com carvão ativado. Uso tanto para irrigar a horta e também pode beber. É mais limpa do que a que sai da torneira. Eu vou patentear esse sistema, pois nunca vi alguém fazendo assim.

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