A tarifa em 12 praças de pedágio do Rio Grande do Sul será alterada a partir de abril. Medida aprovada ontem pelo Conselho Gestor do Programa de Concessões e Parcerias Público-Privadas reduz em 10% a cobrança para carros. Em contraste, veículos com mais de dois eixos terão um acréscimo de 51% no pedágio.
A mudança ocorre devido a adaptações no calculo dos preços. Até então, a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) adotava sistema próprio em que um eixo comercial correspondia a R$ 0,59. No novo modelo, o preço do eixo será igual a tarifa básica, multiplicando sucessivamente.
Conforme o governo, a adequação tarifária equaliza a tabela de preço do estado ao praticado em todo o país e será necessária para a concessão de rodovias estaduais à iniciativa privada.
“Nós buscamos adequar a nossa tabela à forma como é feita em todo o país em que o cálculo considera o fator eixo, com o objetivo de equalizar o sistema e podermos lançar, ainda neste ano, novos editais de concessões sem que houvesse distorções”, afirmou o governado Eduardo Leite. Para vigorar, a proposta ainda precisão do aval do Conselho de Administração da EGR.
Resposta negativa
Embora beneficie veículos de passeio, responsável por 82% do fluxo nas praças de pedágio, as novas tarifas foram criticadas por entidades empresariais e representantes de transportadoras.
Argumento é que o aumento no pedágio para caminhões irá impactar no valor do frete e, indiretamente, encarecer os produtos aos consumidores. Entidades também citam o fato da arrecadação dos caminhoneiros já representar cerca de 80% nos pedágios do estado.
“Esse aumento é populista, olhando para as futuras eleições. Vai afetar os proprietários dos automóveis e todos os gaúchos, que vão pagar a conta. Eles não irão pagar no pedágio, mas o produto que chega na mesa”, opina o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga e Logística no Estado do Rio Grande do Sul (Setcergs), João Jorge Couto da Silva.
A Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Rio Grande do Sul (Fetransul) e Federação dos Caminhoneiros Autônomos do Rio Grande do Sul (Fecam-RS) também se manifestaram contrários à proposta e cogitaram buscar formas de impedir a mudança na Justiça.