Hora de baixar as armas

Editorial

Hora de baixar as armas

Atualizado sábado,
28 de Março de 2020 às 13:06

Hora de baixar as armas
Lajeado

Sensatez e racionalidade devem balizar o comportamento social em meio à atual conjuntura. Transformar a discussão sobre a manutenção do fechamento ou retomada das atividades em um embate político é o pior caminho a ser seguido neste momento.

Diante das preocupações legítimas, tanto em torno da saúde da população como das consequências econômicas da pandemia, a responsabilidade e senso solidário devem se sobrepor a disputas ideológicas e eleitorais. Radicalizar a divisão do país em pleno avanço da pandemia agravará uma situação que já é extremamente delicada.

O momento é de apreensão e exige cooperação e ações articuladas. A crise federativa em nada contribui para a nação superar esse cenário. Insuflar o tensionamento político nessas circunstâncias vai estimular a divisão na sociedade, num momento em que união e paz são tão necessárias.

A partir da experiência de outros países no enfrentamento ao coronavírus, o Brasil teria todas as condições para implementar uma estratégia eficiente, capaz de mitigar os efeitos de ordem econômica e evitar o colapso do sistema de saúde. Além do esforço para achatar a curva de crescimento de casos, é fundamental um plano de proteção e recuperação para a economia.

As primeiras medidas para auxiliar os empreendedores e os trabalhadores dos diferentes segmentos começam a aparecer. Nessa sexta, o governo federal anunciou R$ 40 bilhões para financiar salários de trabalhadores de pequenas e médias empresas. Ainda assim, são urgentes mais ações para preservar os empregos e evitar a falência de estabelecimentos.

É totalmente compreensível a preocupação por parte de diversos setores pela retomada dos trabalhos. Lojistas de Lajeado, por exemplo, pedem a reabertura do comércio, aflitos com a possibilidade de fechamentos e desligamentos.

Por outro lado, é preciso ponderar o risco real de esgotamento da estrutura hospitalar na região. Conforme estimativa da Coordenadoria Regional de Saúde, já no fim de abril, se as projeções se confirmarem, os hospitais do Vale não terão leitos suficientes para absorver a demanda de internações.

O momento exige cautela e parcimônia, para que o problema não seja ainda maior.

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