Uma panela de pressão!

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

Uma panela de pressão!

Por

Lajeado

O prefeito Marcelo Caumo está em uma sinuca de bico. O grupo formado para combater o novo coronavírus em Lajeado apostou em uma tática: isolar a comunidade para evitar contágios. Para isso, foram assinados
decretos para suspender diversas atividades econômicas da cidade, seguindo o método recomendado por especialistas e imposto Brasil afora. Após uma semana de quarentena, a pressão empresarial faz o governo balançar e rever conceitos. No programa Frente e Verso dessa sexta-feira, o chefe do Executivo lajeadense admitiu que o rigoroso decreto poderá ser “flexibilizado” nesta terça-feira – o prazo de suspensão de praticamente todas as atividades econômica até dia seis de abril.

Caumo faz bem. Com a notícia, ele consegue acalmar o ânimo entre os mais exaltados, e ganha tempo para toda sua equipe pensar em alternativas viáveis e seguras para a reabertura de determinadas áreas.

Enquanto isso, algumas poucas  alas políticas aproveitam para minar o prefeito. Um erro grave. Não é momento. No fundo, todos sabem que se trata de uma briga sem vilões. Prefeito algum tomaria tal decisão a bel prazer. Caumo, assim como a imensa maioria dos gestores do país, está sob a intensa pressão e aconselhamento da sociedade civil, vigilância sanitária, Hospital Bruno Born, MP e Judiciário. Trata-se de uma decisão coletiva, que se sobrepõe ao individual.

Nas redes sociais, a pressão sobre o prefeito é mais áspera em alguns casos. Se antes os vídeos e ações apresentadas pelo Governo contavam com quase 100% do apoio popular, a reação de boa parte do público mudou. O medo e a apreensão estão se voltando para o bolso dos comerciantes e comerciários. Patrões e empregados estão vendo a corda apertar, e o desespero está logo ali adiante.

Por sorte, ainda nos resta uma boa dose de serenidade. As próximas horas serão cruciais para a tomada de decisões. O governo prevê mais 180 casos de coronavírus confirmados nos próximos dias. Todos os pacientes
seguem sob a observação das equipes da prefeitura e estão em isolamento. Entretanto, outros tantos
podem estar transitando por aí. E outros tantos estão brigando para sair e trabalhar. Ao prefeito cabe a dura missão de reequilibrar essa indigesta balança entre a saúde pública e a nossa economia.


Os rumos pela Amvat

A Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat) pode assumir um importante protagonismo na luta contra o novo coronavírus. Na reunião dessa sexta-feira, realizada em Teutônia, os prefeitos debateram sobre a possível compra de 50 mil kits para testes do Covid-19. Um novo alento. Já são mais de 250 brigadianos fora de combate no Estado, e outros tantos profissionais da área da saúde. Todos com suspeita de contaminação, e ainda aguardando diagnósticos. Com testes mais rápidos, os casos negativos retornarão mais brevemente ao serviço.


Pandemias e a história

O anúncio “correu” os mais diversos grupos de Whatsapp nos últimos dias. A imagem mostra um recado dos governantes aos brasileiros durante a gripe espanhola, que assolou e matou milhões de pessoas mundo afora. Cita o documento: “Conselhos ao povo da inspetoria de higiene: evitar aglomerações, principalmente à noite; não fazer visitas; tomar cuidados higiênicos com o nariz e a garganta […]; evitar toda fadiga ou excesso físico”.


De fato, o documento mais parece um aviso atual do Ministério da Saúde acerca do novo coronavírus. “O doente, aos primeiros sintomas, deve ir para a cama, pois o repouso auxilia a cura e afasta as complicações e contágio. Evitar as causas de resfriamento, é de necessidade tanto para os sãos, como para os doentes e convalescentes.”

 

Por fim, um recado claro. “As pessoas idosas devem aplicar-se com mais rigor ainda todos esses cuidados.” Entre 1917 e 1918, ao menos um quarto de toda a população do planeta se infectou com essa doença. No Brasil, a gripe espanhola matou 35 mil pessoas. Entre elas, o então presidente eleito Rodrigues Alves, que não resistiu às complicações e morreu no dia 16 de janeiro de 1919. A mesma enfermidade também deu origem à famosa “caipirinha”.


 

Delivery liberado!

Decreto assinado no dia 27 de março pelo Prefeito de Lajeado autoriza os serviços de tele-entrega no setor da alimentação. O novo decreto que declara Estado de Calamidade prevê que “restaurantes e padarias poderão manter o serviço de delivery das 7h às 22h.”


Volk deixa Câmara

O vereador Paulinho Volk (MDB) pediu licença por tempo indeterminado da Câmara de Arroio do Meio. Ele está no quarto mandato seguido como parlamentar, e poderá assumir como Secretário de Obras do município. Se isso ocorrer, ele não deve concorrer a uma nova vaga no plenário nas eleições de outubro.

 

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