“As tecnologias estão aí para nos auxiliar”

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“As tecnologias estão aí para nos auxiliar”

Professor e coordenador dos cursos de Comunicação Social da Univates, Fábio Kraemer comenta como tem sido os dias de aulas virtualizadas. Embora existam diferenças em relação ao ensino presencial, considera que alunos e docentes estão bem adaptados ao modelo virtual

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“As tecnologias estão aí para nos auxiliar”
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• Como está sendo a experiência de ministrar aulas virtualizadas?

Os encontros com os alunos estão acontecendo na mesma frequência do período que antecedeu a quarentena. A diferença é que agora as atividades estão se desenvolvendo remotamente, através das videoaulas, em ambiente digital. Se for comparar os dois períodos posso afirmar que a frequência em sala de aula e a quantidade e nível de interação são os mesmos. Isso ocorre por diversos motivos. Um fator diz respeito ao perfil dos nossos alunos. O grupo que está tendo aula comigo é aquele que Marc Prensky chamou de nativos digitais. Eles cresceram e foram letrados utilizando as ferramentas digitais e estão familiarizados com ambientes virtuais de ensino.

• O que muda na preparação de uma aula à distância em relação ao método tradicional?

As aulas virtualizadas tem tempos e processos diferentes. Foi preciso reprogramar as abordagens da sala de aula física para manter, literalmente, os alunos conectados à aula. Então, basicamente, foi preciso rever os slides e acrescentar mais materiais de apoio como leituras e links para vídeos para exemplificar o conteúdo abordado. A cada encontro, tarefas estão sendo criadas para reforçar o conteúdo. Em minha prática docente, essas atividades possuem tempo de duração predeterminado e são devidamente compartilhadas e debatidas entre todos os participantes.

• Alunos e professores têm se adaptado bem ao sistema?

Estamos vivendo um momento de adaptação, em todos os sentidos. O que posso adiantar é que, conversando com colegas e com os próprios alunos, percebi que as aulas estão transcorrendo de maneira normal, dentro do esperado.

• Qual a principal vantagem desse tipo de sistema e que pontos negativos ele apresenta?

A virtualização da aula permitiu que tivéssemos condição de seguir a recomendação de ficar em casa, que é o que mais interessa nesse momento. Para mim, essa é a grande vantagem e espero que todos meus alunos tenham condição de seguir a orientação. Mas esse modelo de aula pode ter desvantagens, sem dúvidas. Esses problemas podem passar pelo despreparo do professor, que pode não ter sido preparado ou que não se preparou para fazer a transposição do processo de ensinagem do analógico para o digital. Outro risco é o de não podemos partir do pressuposto de que todos os alunos têm acesso a internet e aos dispositivos tecnológicos para se conectar a aula.

• Esta crise, de certa forma, fortalece ainda mais o ensino à distância?

Não creio que vá acabar com o ensino presencial, nem que ela estimulará os cursos EAD. Ao meu ver, quando superarmos a quarentena, o grande legado que ficará é óbvio: as tecnologias estão aí para nos auxiliar. Vamos nos dar conta de que interatividade, a agilidade, a conectividade e a colaboração são características desse novo modelo. E que esse novo modelo está ai pra demonstrar que a aula, o modo de ensinar, o papel do professor e de quem está aprendendo está se reconfigurando.

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