Nos tempos dos nossos pais.

Opinião

Albano Mayer

Albano Mayer

Administrador de Empresas, Empresário, Consultor e Assessor de Gestão

Entusiasta do tema liderança

Nos tempos dos nossos pais.

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Lajeado
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A escolha do assunto deste mês foi complicada, muitas coisas estão acontecendo em paralelo ao surto de Coronavírus, tive que decidir de qual das experiências compartilhar. Algumas que lembrei: empresas que precisam se reinventar, escolas que permanecem fechadas, distanciamento social, jovens e crianças em casa, lojas que não atendem, muitos grupos voluntários tentando ajudar, a saúde da população em risco, o desentendimento e as discussões contraditórias com base no que “eu acho” e a ciência tentando explicar e prevenir.

Dentre todos estes assuntos me dei conta do título acima, como funcionava a vida dos nossos pais, lembro que na década de 80 tivemos uma grande crise financeira, empresas fechando, o dinheiro que foi confiscado, produtos que faltavam nas gondolas dos mercados, greves escolares, hiper inflação, entre tantas coisas que me recordo, mas uma coisa eu via sempre, meus pais batalhando muito para manter as coisas normais e a nossa “vida” funcionando com segurança.

Algumas experiências daquele tempo, têm me ajudado a viver e entender melhor este momento de confinamento, minha mãe foi professora e industriaria, passou a ficar em casa com os 3 filhos em 1981, sempre muito presente na nossa educação, ela que tirava as dúvidas da aula, estudava gramática, nos ensinava matemática, geografia no atlas (alguns leitores terão que procurar o que é isso), ensinava as boas maneiras, ensinava a cozinhar, fazer faxina e por final deixava assistir televisão somente depois das tarefas feitas.

Neste momento vivemos a época da hiper conectividade, estamos longe, mas não estamos sós, se temos dificuldade buscamos ajuda on-line, trabalhamos enquanto o celular estiver ligado ou tivermos conexão, participamos de grupos em rede sociais de assuntos que nem entendemos, compartilhamos notícias e piadas, sabemos da vida do amigo de infância que mora em outra cidade ou país, com tudo esquecemos das coisas importantes do relacionamento interpessoal, precisamos estar atentos e exercitar cada vez mais o carinho, o entendimento, a compaixão e o respeito.

Não fomos preparados para este momento, temos a (des)vantagem da velocidade da comunicação, mas nossos pais ou os pais deles também não estavam preparados para as crises que viveram, com muito esforço e sabedoria passaram por seus momentos difíceis, aprenderam com eles, sobreviveram e ainda deixaram algum ensinamento.

Hoje me questiono, quando a Manuela escrever sobre este momento, o que vou ter deixado de ensinamento, o que ela vai lembrar desta crise? Quais serão as experiências que ela vai ter vivido? Quais serão os seus novos aprendizados?

E a propósito, hoje também entendo perfeitamente por que minha mãe gritava tanto!

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