De capitão do Inter para o comando do 7

Talentos do Vale

De capitão do Inter para o comando do 7

Lisandro Lourenço, o “Marrom”, passa a limpo a carreira. Campeão Gaúcho com o Guarani, de Venâncio Aires, teve destaque no colorado, onde chegou como promessa. Hoje aos 39 anos, se prepara para um novo desafio.

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De capitão do Inter para o comando do 7
Vale do Taquari

Campeão Estadual de Juniores com o EC Encantado, Campeão Gaúcho com o Guarani, de Venâncio Aires. Campeão Paulista A3 com o Guaratinguetá. Capitão do Internacional na Copa São Paulo de Futebol Júnior. Essas são as principais lembranças dos nove anos de carreira de Lisandro Lourenço, o Marrom.

Natural de Encantado, passou por diversos clubes do futebol gaúcho e brasileiro. Após encerrar a carreira, venceu quase tudo no futebol amador e agora se prepara para um novo desafio. Ser técnico do 7 de Setembro, de Capitão, no Regional Aslivata.

A carreira

Lisandro Lourenço iniciou cedo no futebol. O primeiro clube foi o EC Encantado. Após se destacar no Estadual de Juniores, foi comprado pelo Guarani, de Venâncio Aires, em 1999, onde assinou contrato de cinco anos. Durante a passagem pelo time do Vale do Rio Pardo, foi emprestado para outros clubes como Juventude e Lajeadense. “Os jogadores eram vinculados aos times da série A e podiam ser emprestados para o time da série B e depois voltavam”, conta.

Depois de se destacar no Gauchão de 2002, foi emprestado para o Internacional para disputar a Copa São Paulo de Futebol Júnior. Na época, o colorado desembolsou a quantia de R$ 10 mil para contar com o volante. “Cheguei para substituir o Fábio Rockembach que recém tinha subido para o profissional.”

Depois da Copa São Paulo, não conseguiu se firmar na equipe profissional e retornou para o Guarani, onde ficou até 2004. Do Rio Grande do Sul, rumou para São Paulo, onde disputou a Série A3 do Paulistão com o Guaratinguetá. “O nosso time foi formado para ser campeão. Não tivemos nenhuma dificuldade e subimos com facilidade para série A2.”

Depois de jogar em São paulo, teve uma rápida passagem pelo Avaí, em Santa Catarina, e pelo SC Ivoti, de Ivoti. A carreira foi encerrada no EC Encantado em 2007, aos 27 anos.

Lamentações

Marrom comenta que a carreira poderia ter sido melhor, mas não se sustentou em virtude do tamanho e forma de jogar. Segundo ele, no momento que subiu para o profissional ocorreu a transição dos volantes serem mais meias, o que o dificultou. “Sempre fui melhor de zagueiro do que de volante, só que para ser zagueiro eu não tinha tamanho. Como volante tive dificuldade por ser mais marcador e não saía muito para o jogo, isso abreviou minha carreira.”

Ele comenta que se pudesse recomeçar a carreira, faria diferente. “Parei cedo, deveria ter continuado mais. Hoje o futebol te dá muita visibilidade e eu não era um completo perna de pau, tinha certa qualidade.”
Melhor momento

O ex-atleta conta que os melhores momentos foram vividos no Guarani e no Lajeadense. Segundo ele, a passagem pelo time de Lajeado no início do século ficará para sempre na memória. “Joguei de terceiro homem de meio-campo junto com Reginaldo e o Meneghetti, fizemos excelentes jogos.”

Problemas com pagamento

Problema recorrente nas equipes do interior, a incerteza de receber também foi um dos motivos que abreviaram a carreira de Marrom. Segundo ele, as vezes o mês tinha 60, 70 dias. Recorda da proposta do Guaratinguetá onde foi oferecido um alto salário e não foi cumprido a palavra. “Os dirigentes eram muito mentirosos, prometiam bons salários, criavam o vínculo com o atleta e não pagavam ele, deixando muitas vezes os jogadores de escanteio.

Títulos

Marrom ganhou a Série B do Estadual de Juniores com o EC Encantado. A excelente performance o levou para o Guarani. No time de Venâncio Aires conquistou o principal título da carreira. Em 2002 levantou a taça de campeão Gaúcho da primeira fase. A competição foi disputada por 13 clubes que jogam entre si em turno e returno. Em cada turno o campeão se garantia na segunda fase, onde entravam os clubes que estavam disputando a Copa Sul-Minas.

Marrom conta que no primeiro turno, o Guarani terminou em último sem ter vencido um jogo e cotado para ser rebaixado, mas depois da chegada de Mano Menezes, o time iniciou uma crescente e terminou o segundo turno em primeiro lugar. “Fui muito bem aproveitado, jogávamos praticamente em 14 atletas praticamente. Fui titular em boa parte daquela campanha.”

A bela campanha levou o time a disputar o título da primeira fase com o São Gabriel. Após empate em 0 x 0 em Venâncio Aires, o time foi para São Gabriel enfrentar o São Gabriel. O empate dava o título para o clube da fronteira.

A partida está até hoje na memória de Marrom mais pelo momento diferente que passou do que pelo jogo. “Ao chegarmos no campo, nosso preparador físico mandou darmos uma volta caminhando ao redor do campo, bem próximo do alambrado onde estavam os torcedores adversários. A ideia era para sermos hostilizados. Deu certo, pois a pressão do jogo passou e vencemos o jogo por 1 x 0. Foi meu maior título no profissional.”

Transição para o amador

Depois de encerrar a carreira, Marrom se dedicou ao amador. Na várzea ganhou os principais títulos. Foi campeão Estadual de Amadores com o Botafogo, de Fagundes Varela, e com o Americano, de Novo Hamburgo. Com o Botafogo foi campeão Sul-Americano de Amadores.

Já nos Vales do Taquari e Rio Pardo, conquistou os títulos municipais de Boqueirão do Leão, Progresso, Roca Sales, Encantado, Muçum, Guaporé, Vera Cruz, Venâncio Aires, Arroio do Meio, Capitão, Teutônia e Arvorezinha.

Além disso é tetracampeão do Regional Aslivata. Levantou o troféu com o Gaúcho, Rui Barbosa, União Campestre e com o 7 de Setembro. “No Vale só perco para o Rudimar Gollin, o “Maravilha”. Ele ganhou muito mais que eu”, brinca.

Aos 39 anos, se prepara para uma nova função. Foi convidado para assumir o 7 de Setembro, de Capitão, para treinar o time no Regional Aslivata deste ano. “Vamos ver o que vai dar, estou bem confiante.”

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