Uma vida dedicada ao esporte

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Uma vida dedicada ao esporte

Henrique Darde Pretto, o “Bigi” usa tudo que aprendeu no profissional para repassar aos atletas amadores

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Uma vida dedicada ao esporte
Bigi com o pai Jacy durante uma partida do Lajeadense no título da Copa Abílio dos Reis - Arquivo Pessoal
Lajeado

A vida de um atleta profissional é recheada de altos e baixos. Muitos tem a carreira abreviada por lesões, falta de oportunidades, qualidade técnica ou até mesmo por opção. Esse é o caso de Henrique Darde Pretto, o “Bigi”. Após seis anos atuando por Lajeadense e FC Estrela, abandonou o sonho de seguir no profissional para atuar como treinador e preparador físico. Hoje, aos 40 anos, repassa aos atletas amadores da região tudo que aprendeu.

Filho de um ex-jogador de futebol e de uma professora de Educação Física, o esporte corre no sangue de Bigi. Os primeiros passos no esporte foram na Escolinha do Clube Sete de Setembro com o professor Rogério Worn, o “Farelo”, e na Escolinha do Nacional, com o professor Mineiro. “Foram duas pessoas que me marcaram e incentivaram muito e são grande referencias no esporte para mim.”

Já o início nas categorias de base do Lajeadense teve dedo do pai. Em 1995, Jacy colocou o filho para jogar no alviazul. Daí até o profissional foi um pulo e em 1998 já estava conquistando a primeira taça – A Copa Abílio dos Reis.

Sai a bola. Entra os livros

Em meio aos treinamentos e jogos do profissional, Bigi começou o curso de educação física na Univates. Aos 26 anos, quando atuava no Estrela FC, optou por dar um basta no futebol profissional para se dedicar aos estudos e a profissão que escolherá. Na época, além de jogar, dava aulas em uma escolinha no Bairro Santo André, em Lajeado. “Decidi parar pois queria levar minha profissão de preparador físico adiante.”

Bigi comenta que não se arrepende das decisões que tomou, mas que se recomeçasse do zero tentaria seguir jogando profissional. “Foi uma opção que fiz e acho que foi a escolha certa.”

Formado, hoje trabalha com a preparação física de atletas amadores e também como professor no Colégio Sinodal Gustavo Adolfo.

Passagem pela Alaf

Em 2004 e 2005, Bigi trabalhou nas categorias de base do Lajeadense. Dois anos depois, essa experiência no Alviazul o credenciou para um dos principais desafios da carreira: ser preparador físico da Alaf.

O convite para participar do time veio de Alex Favaretto e César Borscheidt que eram diretores da equipe no seu ano de fundação, em 2007. “A passagem na Alaf foi um dos momentos mais significativos e marcantes da minha vida.”

Logo no primeiro ano, o time entrou para a história do futsal gaúcho ao vencer a Série Bronze somente com atletas oriundo do futebol amador. “Aquele foi um grupo maravilhoso, um dos melhores que já convivi. ”

Durante os cinco anos que ficou na preparação física da Alaf, se recorda dos clássicos com a Assoeva e do título da Copa dos Vales em 2011. Mas para Bigi, o principal momento foi a vitória em cima da ACBF em 2010, em Carlos Barbosa, por 4 x 0. “Foi a melhor partida que assisti da história da Alaf.”

A saída da Alaf foi em 2012 por não conseguir conciliar os treinos da equipe com o trabalho na escola e a família. Na época os filhos eram recém nascidos e o profissional passava todos os fins de semana fora de casa participando das partidas. “Será sempre uma lembrança bonita da minha trajetória pois fiz grandes amigos. Tive a oportunidade de trabalhar com pessoas incríveis e grandes treinadores do futsal brasileiro, aprendi muita coisa que levo até hoje comigo. ”

Futebol amador

Se no profissional Bigi não teve uma carreira longa e sólida, o mesmo não pode se dizer no amador. Na várzea ganhou títulos em Lajeado, Estrela, Arroio do Meio, Venâncio Aires, Boqueirão do Leão, Canudos do Vale e Santa Clara do Sul.

Dessas conquistas tem na memória três troféus. O municipal de Santa Clara do Sul conquistado pela Asercha. “Eles nunca tinham ganhado e nós levamos esse troféu para a comunidade. Até hoje sou lembrado lá.”

Os outros troféus foram dois Regionais, um pelo União Campestre e outro pelo União Carneiros. “A Campestre tem uma torcida fanática e respeita muitos jogadores que vestem a camisa do clube. Já no Carneiros foi pela maneira como conquistamos o título. Um time que mesclou jovens com veteranos e que desbancou vários favoritos até ser campeão.”

O Carneiros ainda é o time do coração de Bigi. “Sempre fui muito bem acolhido pela comunidade e tenho uma identificação muito forte com eles.”

Hoje além de jogar, assumiu o compromisso de treinar alguns times na Região, entre eles está o 11 Amigos, de Poço das Antas. “Sempre fui muito apegado as questões de futebol, de ouvir treinadores e preparadores físicos. São coisas que levo para minha carreira até hoje.”

Diferença entre profissional e amador

Bigi comenta que muitos atletas não saem do amador para tentar a sorte no profissional pois têm dificuldades para seguir regras, ou também pois ganham mais no amador. “Amador é só no domingo e no profissional tu tem que renunciar algumas coisas e as pessoas não querem fazer essas renuncias.”

Inspiração para o filho

Pai de Dante, de 8 anos, Bigi comenta que o filho está dando os primeiros passos no futebol, participando das escolinhas do Colégio Gustavo Adolfo. “Ele gosta muito de jogar e está se interessando agora, vou incentivar ele para participar.”

Ficha técnica:

Nome: Henrique Darde Pretto, o “Bigi”

Idade: 40 anos

Morador de: Lajeado

Clubes como profissional: CE Lajeadense e FC Estrela

Títulos profissionais:

1998 – Copa Abílio dos Reis, com o Lajeadense

2007 – Série Bronze de Futsal, com a Alaf

Títulos amadores:
Tricampeão municipal de Lajeado; Bicampeão Regional Aslivata, bicampeão municipal de Canudos do Vale; Campeão municipal de Venâncio Aires, Santa Clara do Sul e Estrela;

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