Como pais, filhos e professores podem se adaptar melhor ao novo formato de ensino virtualizado? Esse foi um dos questionamentos do Painel Pense, divulgado na manhã de ontem pelo Grupo A Hora.
O tema central do debate com quatro especialistas da área educacional e médica foi “Comportamento e Saúde Mental”. Para o psiquiatra Olivan Morais, não existe uma resposta pronta para qual a forma de lidar com os filhos neste período de isolamento.
“Não há critérios específicos. Por exemplo, o pai não sabe se o filho precisa estudar cinco, seis horas ou o dia inteiro”, exemplifica.
Entretanto, reforça a importância de conversas para evitar transtornos para a saúde mental como a ansiedade. “Esse primeiro momento é adaptativo e a criança pode se irritar. É preciso entender que o mundo está frustrado para o filho e deixar ele falar”, opina.
Diretor do Instituto Dale Carnegie na região dos Vales, Henrique Kuhn também enfatiza que o diálogo com os jovens ajuda nesta nova conjuntura da educação. Conforme ele, o instituto possui encontros mensais com jovens e umas das carências sentidas é a falta de diálogo com os pais.
Kuhn enumera os desafios crônicos da educação como o desinteresse de parte dos alunos pelo conteúdo, choque de gerações e pais esperando que a escola resolva problemas de casa. Para ele, a pandemia se tornou uma “grande oportunidade” de debater essas questões.
Impacto sobre os professores
Orientadora educacional, Jilvane Gohl abordou como os professores se adaptam as tecnologias para produzir os conteúdos programados. Para ela, os docentes estão se reinventando e descobrindo uma nova ferramenta para interagir com os alunos
Jilvane acredita que a pandemia resgata a valorização do professor, pois mostra o quanto ele é fundamental na educação das crianças, mesmo repassando conteúdos de forma distante.
Médico oncologista, Hugo Schünemann, acredita no fortalecimento da classe docente após o “desafio gigantesco” imposto pela pandemia. “Todos foram jogados para fora da sala de aula e estão tendo que repassar conteúdo de formas que não estavam habilitados”, resume. “Gravar uma aula não é só sentar na frente de uma câmera falar sobre o conteúdo”, complementa Morais.
Os participantes do painel também se questionaram quanto da tecnologia permanecerá após a pandemia. Ainda reforçaram que o aluno em casa pode alterar a forma como os pais se envolvem com o ensino dos filhos.
Ouça o painel na íntegra:
